Ontem elaborei uma grande matéria, para mim 4.780 caracteres é muito. Essa foi a minha segunda grande matéria em três meses de jornal. Passei à tarde atrás de informações com as sucursais, com as secretarias de Educação e escolas estaduais de 11 municípios. Fiquei até surpresa por ficar tanto tempo em cima de um assunto. Quanto às fotos, o colega novo tirou, ficaram muito boas, por sinal. E a correção da matéria ficou a cargo de um jornalista experiente que muito tem me motivado, do qual tenho grande admiração. Também corrigiu a matéria aquele pelo qual perco tempo, criativo que só, publicitário no sangue e um grande pensador. Depois de pequenas alterações e satisfeitos com o que eu escrevi me transmitiram segurança, nada mais do que a certeza de que a matéria estava pronta para ser veiculada. Se não bastasse, o repórterzinho experiente pediu para corrigir o que eu tinha escrito e catou uma alteração besta. Mas todas as críticas são bem vindas.
Capa
Consegui o auge por um dia. Conquistei a capa do jornal! Toda a atenção voltada para minha matéria. Ganhei meu dia! Não esperava tanto de mim!
Depois de uma ligação, confirmei o sucesso que tinha sido essa que me tomou à tarde anterior. De tanto que tinha lido não agüentei ler novamente. Mas a diagramação ficou ótima. O editor-chefe me parabenizou, disse que tinha ficado ótima! O dono do jornal não disse nada, apenas apareceu por lá, aonde pouco vai e soltou um belo sorriso e um olhar satisfatório.
Literalmente ganhei meu dia! A vontade que me invadiu foi a de espalhar aos quatro ventos o quão feliz eu estava. Estava.
O amigo filósofo falou que essa em meio a tantas outras era bastante comum e um dos meus grandes problemas é que o leitor não quer ler um livro, mas sim um jornal. Preciso ser mais específica, as pessoas não têm tempo para ler.
Tive que avisar meu namorado que a capa tinha sido minha. Ele nem leu o jornal, pois não teve tempo.
Levei a dita edição para meus pais prestigiarem, pois sempre me cobram isso. Surpresa seria se tivessem lido até a metade e dito: “filha, estamos orgulhosos de você". Mas nada disso aconteceu. Quando voltei do banho, meu pai estava lendo outra matéria e aposto que ele não conseguiu ler nem o primeiro parágrafo da minha "super reportagem". E ainda me questionou: "A foto da capa foi tu quem tirou?" e eu respondi: - Não, foi o outro repórter. Ele então disse: - Ficou muito boa! E as de dentro foram tuas? E eu respondi: - Não, só fiz a parte escrita.
Então ele voltou a ler outra matéria. Quando perguntei para minha mãe se ele tinha gostado ela carinhosamente disse que sim. Mas quando rebati perguntando até onde ela tinha lido, ela sem jeito respondeu: - Ainda não li, mas olhando assim, ficou bonita!
Tive vontade de me esconder em um saco de lixo. Nesse momento tudo o que eu mais queria era nunca ter trazido a porcaria de jornal.
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
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- Apenas um ser por vezes pensante. Perdida no mundo de valores irreais.
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