segunda-feira, 1 de março de 2010

Quando não sei o que quero uma vontade de fugir me invade. Não sei para onde ir, nem tenho com sair, mas essa vontade é tamanha que flutuo feito uma bolha. Me afasto do mundo para conseguir me distanciar do local onde estou. Não sinto fome nem frio. Apenas a concentração em algo que ainda não sei faz de mim indiferente a tudo e a todos.
Eu dentro de uma bolha imaginário fico observando as pessoas e com elas agem, mas não as encontro nesse momento de fraqueza. Sei que muitos vivem suas vidas dentro dessa barreira, que no meu caso é uma bolha de sabão gigante. É um abrigo que encontro e um aconchego no desconhecido. Como meu cobertor xadrez e como minha cartola. Por mais infantil que possa parecer é um refúgio para o corpo, para a alma e ainda uma maneira de fazer com que tudo de ruim se afaste.
Fico parada em um cantinho esperando que essa vontade incessante de fugir se afaste de mim. O pior é quando ela demora a passar. Parece que ele nunca vai passar. Respiro fundo. Tento me distrair. Mas ela só aumenta e as horas parecem não passar.
Como aguentarei uma tarde inteira assim. Um dia inteiro sentindo-me mal por algo que nem sei.
Rezar é o que me resta. Buscar forças divinas para passar a tarde inteira. Sei que parece besteira e muitos diriam que isso não tem nada a ver e que não é nada mais que a minha imaginação. Que eu fico inventando caraminholas para ter motivos para trocar novamente de emprego. Mas não é. Para mim isso é forte e inevitável. Tudo o que mais queria era uma cama para dormir.

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Apenas um ser por vezes pensante. Perdida no mundo de valores irreais.